Bolsonaro pavimenta o caminho para a reeleição: “É a economia, estúpido”

Em 1991, logo após a primeira Guerra do Golfo, 90% dos americanos aprovavam o Governo de George H. W. Bush. Já em agosto de 1992, 64% dos americanos passaram a rejeitar as medidas da gestão de Bush.

Isso fez com que Bill Clinton, que concorria à Presidência naquele ano, quisesse criticar a guerra para atingir o seu adversário. Sabiamente, o seu marqueteiro, James Carville, colou um cartaz na sede da campanha de Clinton em que dizia “É a economia, estúpido” para mostrar que a impopularidade de Bush se devia à recessão econômica, não à guerra. Os outros dois pontos colocados no cartaz diziam respeito ao diapasão entre a mudança e o continuísmo e à saúde pública.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro estabeleceu a manutenção da economia durante a pandemia como uma prioridade tão grande quanto o combate à Covid-19. Como qualquer governante em tempos de crise global, o presidente foi muito cobrado e criticado pelos opositores, mas conseguiu segurar um percentual importante da sua popularidade e isso pode ser visto nos atos públicos com os seus apoiadores.

Antes mesmo da pandemia acabar, a economia brasileira já se mostra plenamente recuperada, conforme dados oficiais e do mercado financeiro, e o PIB brasileiro deve crescer mais de 4% em 2021. Isso se deve às políticas adotadas pelo Governo Federal para manter a economia funcionando, como o auxílio emergencial e o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. A única coisa que ainda segura a disparada da economia brasileira é a Pandemia, mas isso está perto de acabar.

No Brasil, o ritmo da vacinações se acelerou de uma maneira inimaginável nos últimos meses. Apenas em junho, o Governo Federal deve distribuir mais de 40 milhões de vacinas e o Ministério da Saúde estima que todas as pessoas com mais de 18 anos devem estar vacinadas até dezembro desse ano.

Economia e saúde resolvidas, Bolsonaro entra em 2022 lançando um dilema que deve ser escolhido pelo povo: a continuidade do seu Governo ou a volta do PT.

Diego Lagedo é historiador, especialista em Gestão Pública e editor do site Pernambuco em Pauta.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *