Copergás faz estudo para levar gás natural ao polo gesseiro do Araripe

Diretoria da Companhia recebe a presidente do Sindusgesso para discutir projeto-piloto no município de Araripina

Após a inauguração da rede local de gás natural em Petrolina, no Sertão do São Francisco, semana passada, a Copergás analisa agora a viabilidade de implantação do projeto em outro município sertanejo: Araripina, no Sertão do Araripe – região que é a maior produtora de gesso do Brasil. O diretor-presidente da Copergás, André Campos, e o diretor técnico-comercial, Fabrício Bomtempo, receberam a presidente do Sindusgesso (Sindicato da Indústria do Gesso), Ceissa Campos Costa, para discutir a viabilidade da implantação do gás natural no polo gesseiro de Pernambuco. Também participaram do encontro o assistente da diretoria técnico-comercial, Fábio Morgado, e o gerente da GCVI (Gerência de Comercialização Veicular e Industrial), Carlos Eduardo Santos.

Responsável por quase 100% da produção de gesso do Brasil, o polo gesseiro é sediado em Araripina (a cerca de 680 km do Recife), congregando outros municípios do Araripe, como Trindade, Ipubi, Bodocó e Ouricuri. A lenha é a matriz energética predominante no setor. A Copergás vem realizando estudos que mostram a viabilidade e as vantagens do uso do gás natural no segmento.

Em entendimento com a empresa americana New Fortress – parceira da Copergás nos projetos de Petrolina e Garanhuns (Agreste Meridional) – a Companhia pretende realizar um projeto piloto de uso do GN numa empresa do polo gesseiro. A experiência é prevista para durar 30 dias. Entre outros pontos, essa avaliação apontaria quanto cada tonelada de gesso produzido consome de gás natural, e também qual o custo. A formalização do acordo para a realização desse projeto-piloto deve acontecer até o final deste ano.

O presidente André Campos ressaltou as vantagens ambientais e econômicas de uma eventual utilização do gás natural no setor. “O nosso próximo passo na expansão da interiorização do gás natural será o Araripe, com o polo gesseiro. O governador Paulo Câmara e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio, têm o maior interesse nisso”, disse.

A implantação do gás natural no Araripe seria por meio da rede local, projeto idêntico aos de Petrolina e Garanhuns – cuja inauguração está prevista para o final deste ano. Para Fabrício Bomtempo, a exemplo do que ocorreu nesses dois municípios, a execução do projeto exige um consumo mínimo de gás natural, para viabilizar economicamente a operação. Segundo ele, caso as expectativas se confirmem, Araripina pode ser a próxima parada do projeto de rede local da Copergás.

Ceissa Costa, do Sindusgesso, afirmou que todo o setor está interessado em substituir a lenha pelo gás natural. “Não tem como o empresário não querer algo que ele está precisando”, disse, explicando que a lenha como matriz energética é uma alternativa que já está “esgotada”. Há problemas com a escassez da madeira, com o corte ilegal do produto e com o atraso tecnológico que sua utilização acarreta. “Com o forno a lenha não conseguimos entrar na indústria 4.0, não conseguimos automatização. Com o gás, sim. A solução para nós, do polo gesseiro, é o gás”, destacou Ceissa. 

Contatos – O encontro foi o primeiro com a participação de André Campos e de Fabrício Bomtempo. Antes, ocorreram três reuniões para tratar do assunto, entre Fábio Morgado, Carlos Eduardo Santos, Ceissa Costa e representantes da New Fortress.

Uma dessas reuniões aconteceu no início do mês, em Araripina, onde Fábio Morgado e Carlos Eduardo passaram dois dias, visitando indústrias e conversando com empresários do setor.

O Sertão do Araripe possui cerca de 180 indústrias calcinadoras – que transformam o mineral gipsita em gesso – e aproximadamente 300 fábricas de artefatos, que produzem placas, blocos e forros de gesso. Em apresentação feita para os empresários, durante um jantar convocado pelo Sindusgesso, Morgado falou sobre os benefícios da utilização do gás natural na indústria e sobre os estudos para levar o energético a Araripina. “A visita foi muito produtiva e encontramos uma grande receptividade dos industriais locais”, disse Morgado.

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